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Professores da rede municipal participam de momentos de formação continuada Última atualização em, 26 de fevereiro de 2024

Mais de 600 profissionais da rede municipal de educação estiveram reunidos nesta segunda-feira, dia 19, no auditório central da Unisc, participando da primeira etapa da Jornada Pedagógica, evento que marca o início do ano letivo para o corpo docente. Este ano as atividades  foram propostas a partir do tema Docência na contemporaneidade: reflexões, práticas e aprendizagem, em uma parceria da Secretaria Municipal de Educação (SEE), de Santa Cruz do Sul, e do Sesc.


Presente na abertura da Jornada, a prefeita Helena Hermany ressaltou a grande missão de quem opta pelo ofício de educar e disse que a escola é uma instituição fundamental na sociedade. “ Queremos cuidar das pessoas e a escola desempenha um papel importante, de modo ainda mais especial na vida das crianças mais carentes, provenientes das periferias. Vocês professores podem fazer a diferença na vida delas, através da educação, do cuidado, da transmissão de valores, do carinho e do acolhimento”. 


Para o secretário municipal de Educação, Wagner Machado,  a Jornada Pedagógica é um momento de formação continuada, de reflexão, de troca de saberes e de aprendizagens. Assim como a chefe do Executivo, ele enalteceu o trabalho dos profissionais da área, disse que professores se tornam eternos e inesquecíveis para seus alunos e fez um convite aos educadores. “Vamos fazer com que Santa Cruz do Sul esteja entre as cidades com a melhor educação do Brasil”.


Após a cerimônia de abertura, que contou também com representantes da Unisc, Sesc, Sinprom e Conselho Municipal de Educação (CME), a primeira palestra foi proferida pelo professor e pesquisador de História Jorge Luiz da Cunha, autor de mais de uma centena  de livros e de dezenas de artigo científicos. 


Durante pouco mais de uma hora ele discorreu sobre o bicentenário da cultura alemã, centrou sua fala na questão da diversidade de povos e na riqueza cultural do solo gaúcho, fazendo um convite para refletirmos sobre a identidade dos encontros culturais que formaram o Rio Grande do Sul e sobre a importância de se preservar a memória. “Quando lembramos o passado, entendemos o presente e podemos projetar o futuro”, disse.


Na sequência, o psicólogo, escritor, professor e doutor em Ciências da Educação, Alessandro Marimpietri, entusiasmou a plateia com o tema Educar no século XXI: novos desafios e novas possibilidades. De forma descontraída e fazendo menção a diversas obras e autores, ele teceu um comparativo entre a educação no hoje e no ontem, falou sobre diferenças comportamentais entre gerações  e definiu a escola como um grande projeto social civilizatório. “A educação nos ensina a existir no coletivo, nos ensina a amar o saber, a encantar o mundo, a subverter  a realidade, a esperançar”.


Para Mampietri, os educadores devem olhar para a sala de aula como uma grande oportunidade para modificar a experiência no mundo. E para isso disse que é preciso encantar a todo instante, enxergar a beleza do mundo e colocar no centro de tudo o afeto para produzir uma geração que se sinta amada e protegida. “Vocês (educadores) são os arautos da civilização, ensinam as crianças a  coexistir de modo não destrutivo. Quando estivermos com os alunos que seja a melhor forma de reafirmar a esperança no mundo”.


Música, afeto e inclusão dão o tom da 4ª Jornada Pedagógica


Na parte da tarde, a emoção falou mais alto e a plateia participou de momentos de muita descontração, com a interpretação de antigos sucessos musicais, entremeados de muita narrativa histórica, lições de grandes pensadores gregos e até a presença de um super-herói no palco. Assim foi a participação do professor João Lemes, que de maneira lúdica abordou o tema O novo professor para uma nova escola – a escola da empatia, do amor e da tecnologia para alunos brilhantes.


Em pouco mais de uma hora de interação com o público, Lemes contou episódios significativos da própria vida, da infância difícil marcada pela falta de afeto e pela escassez material ao sucesso profissional e familiar alcançado anos depois. Ele fez um passeio pela história da evolução do homem e trouxe conceitos como  a biologia do amor, proposta pelo neurobiólogo chileno Humberto Maturana. “A gente aprende pelo emocional, pelo afeto. Não podemos deixar de brincar, a educação tem que ser divertida”, falou. 


As atividades do primeiro dia de formação fora da sala de aula encerraram com a participação do palestrante, músico e produtor de conteúdo do canal Diário de um Autista, Marcos Petry. Ele participa de eventos por todo o Brasil com o propósito de contribuir para um mundo mais inclusivo e com o tema Autismo na visão de um autista se propôs a compartilhar  vivências e experiências e auxiliar os educadores a compreender os comportamentos, a forma de funcionamento e as percepções de pessoas que vivem com o autismo. 


Com um tom leve e bem-humorado, Marcos falou dos desafios enfrentados ao longo da infância, especialmente dentro da sala de aula pela incompreensão de colegas e professores com relação a sua condição, falou acerca de características próprias de comportamentos típicos do autismo como a estereotipia, a sensibilidade extrema, a dificuldade de manter contato visual, entre outras. 


A primeira etapa da Jornada Pedagógica prossegue nesta terça-feira, 20, com oficinas específicas por área de atuação. As atividades serão realizadas na Unisc e na Câmara de Vereadores e terão continuidade no decorrer do ano, em datas já definidas.

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