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Mais de 600 profissionais da rede municipal de educação estiveram reunidos nesta segunda-feira, dia 19, no auditório central da Unisc, participando da primeira etapa da Jornada Pedagógica, evento que marca o início do ano letivo para o corpo docente. Este ano as atividades foram propostas a partir do tema Docência na contemporaneidade: reflexões, práticas e aprendizagem, em uma parceria da Secretaria Municipal de Educação (SEE), de Santa Cruz do Sul, e do Sesc.
Presente na abertura da Jornada, a prefeita Helena Hermany ressaltou a grande missão de quem opta pelo ofício de educar e disse que a escola é uma instituição fundamental na sociedade. “ Queremos cuidar das pessoas e a escola desempenha um papel importante, de modo ainda mais especial na vida das crianças mais carentes, provenientes das periferias. Vocês professores podem fazer a diferença na vida delas, através da educação, do cuidado, da transmissão de valores, do carinho e do acolhimento”.
Para o secretário municipal de Educação, Wagner Machado, a Jornada Pedagógica é um momento de formação continuada, de reflexão, de troca de saberes e de aprendizagens. Assim como a chefe do Executivo, ele enalteceu o trabalho dos profissionais da área, disse que professores se tornam eternos e inesquecíveis para seus alunos e fez um convite aos educadores. “Vamos fazer com que Santa Cruz do Sul esteja entre as cidades com a melhor educação do Brasil”.
Após a cerimônia de abertura, que contou também com representantes da Unisc, Sesc, Sinprom e Conselho Municipal de Educação (CME), a primeira palestra foi proferida pelo professor e pesquisador de História Jorge Luiz da Cunha, autor de mais de uma centena de livros e de dezenas de artigo científicos.
Durante pouco mais de uma hora ele discorreu sobre o bicentenário da cultura alemã, centrou sua fala na questão da diversidade de povos e na riqueza cultural do solo gaúcho, fazendo um convite para refletirmos sobre a identidade dos encontros culturais que formaram o Rio Grande do Sul e sobre a importância de se preservar a memória. “Quando lembramos o passado, entendemos o presente e podemos projetar o futuro”, disse.
Na sequência, o psicólogo, escritor, professor e doutor em Ciências da Educação, Alessandro Marimpietri, entusiasmou a plateia com o tema Educar no século XXI: novos desafios e novas possibilidades. De forma descontraída e fazendo menção a diversas obras e autores, ele teceu um comparativo entre a educação no hoje e no ontem, falou sobre diferenças comportamentais entre gerações e definiu a escola como um grande projeto social civilizatório. “A educação nos ensina a existir no coletivo, nos ensina a amar o saber, a encantar o mundo, a subverter a realidade, a esperançar”.
Para Mampietri, os educadores devem olhar para a sala de aula como uma grande oportunidade para modificar a experiência no mundo. E para isso disse que é preciso encantar a todo instante, enxergar a beleza do mundo e colocar no centro de tudo o afeto para produzir uma geração que se sinta amada e protegida. “Vocês (educadores) são os arautos da civilização, ensinam as crianças a coexistir de modo não destrutivo. Quando estivermos com os alunos que seja a melhor forma de reafirmar a esperança no mundo”.
Música, afeto e inclusão dão o tom da 4ª Jornada Pedagógica
Na parte da tarde, a emoção falou mais alto e a plateia participou de momentos de muita descontração, com a interpretação de antigos sucessos musicais, entremeados de muita narrativa histórica, lições de grandes pensadores gregos e até a presença de um super-herói no palco. Assim foi a participação do professor João Lemes, que de maneira lúdica abordou o tema O novo professor para uma nova escola – a escola da empatia, do amor e da tecnologia para alunos brilhantes.
Em pouco mais de uma hora de interação com o público, Lemes contou episódios significativos da própria vida, da infância difícil marcada pela falta de afeto e pela escassez material ao sucesso profissional e familiar alcançado anos depois. Ele fez um passeio pela história da evolução do homem e trouxe conceitos como a biologia do amor, proposta pelo neurobiólogo chileno Humberto Maturana. “A gente aprende pelo emocional, pelo afeto. Não podemos deixar de brincar, a educação tem que ser divertida”, falou.
As atividades do primeiro dia de formação fora da sala de aula encerraram com a participação do palestrante, músico e produtor de conteúdo do canal Diário de um Autista, Marcos Petry. Ele participa de eventos por todo o Brasil com o propósito de contribuir para um mundo mais inclusivo e com o tema Autismo na visão de um autista se propôs a compartilhar vivências e experiências e auxiliar os educadores a compreender os comportamentos, a forma de funcionamento e as percepções de pessoas que vivem com o autismo.
Com um tom leve e bem-humorado, Marcos falou dos desafios enfrentados ao longo da infância, especialmente dentro da sala de aula pela incompreensão de colegas e professores com relação a sua condição, falou acerca de características próprias de comportamentos típicos do autismo como a estereotipia, a sensibilidade extrema, a dificuldade de manter contato visual, entre outras.
A primeira etapa da Jornada Pedagógica prossegue nesta terça-feira, 20, com oficinas específicas por área de atuação. As atividades serão realizadas na Unisc e na Câmara de Vereadores e terão continuidade no decorrer do ano, em datas já definidas.
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