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Diálogos marcam o mês da consciência negra na Emef Frederico Assmann Última atualização em, 30 de novembro de 2023

Estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental da Emef Frederico Assmann, do Bairro Belvedere, tiveram nesta quarta-feira, dia 29, a oportunidade de falar sobre racismo, preconceito e discriminação racial.  Com a temática Consciência Negra - Diálogos e Práticas Culturais, a escola promoveu no decorrer deste mês uma série de atividades que culminaram com a palestra do professor de história Irineu Di Mario. 


A partir de sua experiência de vida como homem negro, ele iniciou sua fala fazendo um relato pessoal das dificuldades encontradas ao longo de sua formação acadêmica, no mundo do trabalho e nas interações sociais. Fez também um apanhado histórico da presença dos negros no Brasil, com foco no período pós-libertação, e ressaltou a questão da invisibilidade. “Teorias que surgiram na Europa também chegaram até aqui e se construiu essa ideia de que o negro, o pardo, o caboclo, estavam em categoria inferior ao branco. Desde então existe o racismo na estrutura da nossa sociedade”, observou.


Na segunda parte da explanação, Di Mario abordou o autorreconhecimento do negro como ser, exaltando a cultura herdada dos povos africanos, a religião, a culinária, as vestimentas e a estética. Ele defendeu a disseminação dos símbolos da cultura negra na sociedade em geral e criticou o que se entende por “apropriação”. “A cultura não é propriedade de ninguém. Todos podem usar um turbante. Isso mostra que a cultura está sendo aceita e valorizada e isso é bom”, disse.


Ao defender a arte e a estética como formas de resistência e também como ferramentas para a construção de identidade, Irineu mostrou trabalhos de artistas plásticos negros e também o talento que ele mesmo cultiva através da fotografia, seu hobby. No telão exibiu ensaios fotográficos de pessoas pardas e negras, retratando a miscigenação racial do Brasil. “A arte é um forma de resistir à negação e ao preconceito, de dizer eu sou, eu existo”. 


Sobre o mês da consciência negra, a diretora da Emef Frederico Assmann, Aline Andreolli, destacou a multiplicidade de atividades realizadas, como contação de histórias, debates, rodas de conversa, projeção de filmes, entre outros. “Trabalhamos muito dentro do conceito de cidades educativas e procuramos sempre trazer para dentro da escola pessoas da comunidade que possam trazer diferentes visões, além daquilo que o professor já fala em sala de aula”, disse.



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