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Estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental da Emef Frederico Assmann, do Bairro Belvedere, tiveram nesta quarta-feira, dia 29, a oportunidade de falar sobre racismo, preconceito e discriminação racial. Com a temática Consciência Negra - Diálogos e Práticas Culturais, a escola promoveu no decorrer deste mês uma série de atividades que culminaram com a palestra do professor de história Irineu Di Mario.
A partir de sua experiência de vida como homem negro, ele iniciou sua fala fazendo um relato pessoal das dificuldades encontradas ao longo de sua formação acadêmica, no mundo do trabalho e nas interações sociais. Fez também um apanhado histórico da presença dos negros no Brasil, com foco no período pós-libertação, e ressaltou a questão da invisibilidade. “Teorias que surgiram na Europa também chegaram até aqui e se construiu essa ideia de que o negro, o pardo, o caboclo, estavam em categoria inferior ao branco. Desde então existe o racismo na estrutura da nossa sociedade”, observou.
Na segunda parte da explanação, Di Mario abordou o autorreconhecimento do negro como ser, exaltando a cultura herdada dos povos africanos, a religião, a culinária, as vestimentas e a estética. Ele defendeu a disseminação dos símbolos da cultura negra na sociedade em geral e criticou o que se entende por “apropriação”. “A cultura não é propriedade de ninguém. Todos podem usar um turbante. Isso mostra que a cultura está sendo aceita e valorizada e isso é bom”, disse.
Ao defender a arte e a estética como formas de resistência e também como ferramentas para a construção de identidade, Irineu mostrou trabalhos de artistas plásticos negros e também o talento que ele mesmo cultiva através da fotografia, seu hobby. No telão exibiu ensaios fotográficos de pessoas pardas e negras, retratando a miscigenação racial do Brasil. “A arte é um forma de resistir à negação e ao preconceito, de dizer eu sou, eu existo”.
Sobre o mês da consciência negra, a diretora da Emef Frederico Assmann, Aline Andreolli, destacou a multiplicidade de atividades realizadas, como contação de histórias, debates, rodas de conversa, projeção de filmes, entre outros. “Trabalhamos muito dentro do conceito de cidades educativas e procuramos sempre trazer para dentro da escola pessoas da comunidade que possam trazer diferentes visões, além daquilo que o professor já fala em sala de aula”, disse.
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