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Seminário marca o encerramento da Semana de Combate à Violência Contra a Mulher Última atualização em, 29 de novembro de 2023

Na véspera do Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, o assunto esteve em evidência durante o XX Seminário do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), de Santa Cruz do Sul, que ocorreu nesta sexta-feira, dia 24, na sala 101 da Unisc. A atividade, que reuniu no local lideranças de diversos segmentos da sociedade, encerrou a programação da Semana Municipal de Combate à Violência contra a Mulher.


Direito a uma vida livre de violências foi o título da primeira palestra, conduzida pela pastora luterana, teóloga feminista e assessora de justiça de gênero da Fundação Luterana de Diaconia, Renate Gierus. Ela apresentou o trabalho realizado pela instituição, com foco na mostra itinerante Nem tão doce lar, que por meio de uma metodologia de intervenção coletiva para superação da violência familiar busca trazer a questão para o espaço público, com informações e imagens, chamando toda a sociedade para o enfrentamento.


Militante da causa há anos, Renate  falou sobre as múltiplas formas de violência doméstica – física, psicológica, sexual, patrimonial e moral - e foi incisiva quanto à necessidade de se popularizar o debate. “É importante que a gente se reúna e converse sobre isso, que essa discussão não fique restrita a esse espaço. Ou conhecemos alguém que está sofrendo com a violência ou somos nós que estamos sofrendo”, observou.


O segundo momento do seminário teve participação da coordenadora estadual de mulheres da Fetag RS, Maribel Costa Moreira,  que falou sobre  violência doméstica no campo. Ela fez um apanhado histórico das origens da violência, trazendo exemplos desde o Brasil colonial e afirmou que temos uma sociedade estruturada na violência. “Dados da Comissão Pastoral da Terra, veiculados em 2021, mostram que 31% das mulheres no campo já foram ameaçadas de morte”.


Em sua fala, Maribel enfatizou a invisibilidade da violência sofrida pelas mulheres no meio rural e as imensas dificuldades enfrentadas por quem vivencia essa situação, que vai desde as enormes distâncias geográficas que mantêm as vítimas em situação de isolamento, até a própria violência institucional, quando a mulher não encontra amparo nos órgãos que deveriam prover acolhimento e proteção. “O campo sempre foi um lugar de conflito. Quando a gente fala de violência no campo parece que está falando de algo que não existe, isso é tão velado”, afirmou.


Para a presidente do CMDM, Janaína Freitas, a Semana Municipal  de Combate à Violência contra a Mulher pode ser considerada um sucesso, tanto em termos de atividades propostas como de participação da comunidade. “As atividades foram abertas à participação do público e as pessoas que vieram prestigiar são lideranças nos seus espaços de atuação. Elas mostraram que estão comprometidas com a causa e que serão multiplicadoras em seus locais de trabalho, estudo, lazer,  desse enfrentamento a todas as formas de violência”.


Maribel tratou da invisibilidade da violência doméstica no meio rural


Renate abordou metodologia de intervenção coletiva para superação da violência familiar


Janaína: "Semana foi um sucesso pela adesão da comunidade nas discussões sobre o tema"




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