A depender das novas gerações, o mundo caminha para se tornar um lugar cada vez melhor. Essa é a certeza de quem visitou a Mostra de Projetos Pedagógicos 2023, que aconteceu nesta quinta-feira, dia 9, no Parque da Oktoberfest. A atividade envolveu mais de 400 alunos e mais de 150 professores da rede municipal de ensino na exposição de trabalhos de diferentes campos de experiência e áreas do conhecimento.

A preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade, a busca por uma alimentação mais saudável, por relações humanas mais harmoniosas, a educação para um trânsito mais seguro e outros temas de grande impacto social estiveram em evidência nos pavilhões 2 e central, que receberam projetos de 57 escolas da rede municipal e instituições parceiras. 

Na abertura da mostra, a banda da Emef Vidal de Negreiro e os mascotes Elefante Letrado do projeto de leitura homônimo, o leão Daren do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e o cãozinho Bento Atento do Pacto Santa Cruz pela Paz deram as boas vindas aos participantes. A prefeita Helena Hermany, o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura, e os secretários municipais de Educação, Wagner Machado, e de Desenvolvimento Social, Roberta Pereira, prestigiaram a cerimônia.

De acordo com Wagner, a partir do tema Educar para Transformar, a mostra revelou a qualidade dos trabalhos produzidos ao longo do ano. Segundo ele, o objetivo é colocar o aluno como protagonista de um mundo em construção, onde a educação é feita por muitos atores. “A educação pública não deve ser apenas gratuita, mas de qualidade e fruto do empenho coletivo de pessoas que não colocam apenas força laboral, mas carinho, amor e esperança rumo a uma sociedade mais forte, justa e igualitária”, disse.

Representando a Secretaria de Estado da Educação,  o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura, disse que a partir da sala de aula e do aprendizado que se dá entre professor e aluno é possível transformar o mundo. Já a prefeita Helena Hermany afirmou que a educação é o bem mais valioso e o grande diferencial para um futuro próspero na vida de crianças e jovens e ressaltou o empenho de todos os envolvidos na realização da Mostra.

No pavilhão 2 estavam expostos os trabalhos, distribuídos em estandes. O público que compareceu pôde circular pelos corredores e conversar com os alunos a respeito de cada iniciativa. O espaço também serviu de palco para apresentações artísticas que ocorreram ao longo de todo o dia. Em paralelo, no pavilhão central, os estudantes enfrentaram desafios de raciocínio lógico e criativo em competições de robótica. O espaço também foi ocupado pelo Pacto Santa Cruz pela Paz, com exposição de ações do Projeto Seja. 

A Mostra Municipal de Projetos Pedagógicos contou com a parceria do Projeto Verde é Vida da Afubra, Proerd, Sicredi, Coletivo Lixo Zero, AABB, Sebrae, Sesc, Senai, Senac, secretarias municipais, Unisc e 6ª CRE.

Escolas do interior trabalham alimentação saudável e meliponicultura

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Vidal de Negreiros, de Cerro Alegre,  tomou para si uma missão nada fácil. Após a avaliação biométrica revelar que 31 por cento dos alunos estavam acima do peso, o desafio foi lançado e virou projeto sem data para encerrar. Intitulado Qualidade de vida, o primeiro passo para longevidade e bem-estar, a iniciativa focou na importância do exercício físico e de uma alimentação saudável para uma boa saúde física e mental.

Com as lições na ponta da língua, as alunas Hizadora da Motta Moraes Silveira, 9 anos, Lavínia Eduarda Avelar, 8 anos, e Giovana Luiza Pritsch, 9 anos, contaram cada passo do projeto que incluiu uma sequência de 10 desafios e acabou por envolver a comunidade inteira, fazendo crescer o número de seguidores da escola nas redes sociais. “A estratégia dos desafios encantou, deu muito certo. Tinha vó postando receita de suco saudável no Instagram, pai postando receita de sanduíche natural. Se alcançarmos uma família já valeu a pena, o importante é plantarmos a semente”, comemorou a professora de Educação Física Viviane Lopes, umas das orientadoras do projeto.

Mas não demorou e a semente germinou, segundo contaram as próprias alunas. “Agora a gente come melhor, fazemos lanches mais saudáveis e nosso prato está mais colorido”, disse Hizadora. A mesma motivação é sentida pela colega Lavínea. “A gente está fazendo coisas para melhorar nosso hábito”. E para Giovana o progresso acontece dia após dia: “Eu tomava dois litros de água e agora tomo três”.

Um pouco mais distante da sede, no distrito de Alto Paredão, os alunos do 9º ano da Emef Felipe Becker mostraram preocupação com a diversificação da agricultura familiar e levaram para a mostra experiências na área da meliponicultura. “Na nossa escola, a maioria dos pais são produtores rurais, então pensamos nessa alternativa como uma renda extra para as propriedades”, explicou o estudante Alan Josiel de Melo, 14 anos, que estava apresentando o projeto junto com a colega Milena Watte, 14 anos.

O trabalho vem sendo desenvolvido desde o ano passado, agora sob orientação da professora de Educação Física, Márcia Rodrigues, e a ideia é que cada família tenha em casa a sua própria caixa para criação de abelhas sem ferrão “É uma atividade que não necessita de muitos investimentos e nem acompanhamento diário e que ainda promove a conservação ambiental”, destacou Alan.

Equipes de robótica trazem soluções inovadoras

Os projetos envolvendo as tecnologias digitais entram cada vez mais no gosto da garotada. Foram 25 equipes de robótica que participaram da Mostra. Uma das que mais chamou a atenção foi a do Senai, que trouxe para a exposição um robô autônomo, montado e programado pelos estudantes para atuar como simulador de um robô capaz de fazer gestão de um ambiente hospitalar, levando medicamentos, equipamentos e até pacientes de um lugar para outro. Com esse robô, desenvolvido em Santa Cruz do Sul, a equipe venceu a Olimpíada do Conhecimento do Senai na área de robótica móvel e se classificou para representar o Brasil em uma competição que acontecerá em setembro do ano que vem na França. 

“A importância de estar em um evento como este, promovido pela Prefeitura, é ver esta gurizada com vários projetos excelentes já despertando interesse pela lógica computacional. Aquece nosso coração ver que os alunos, desde cedo, estão tendo contato com a programação e recebendo uma excelente base para a formação profissional, para a indústria, o mercado de trabalho”, destacou o diretor do Senai de Santa Cruz do Sul, Daniel Machado, que acompanhou a exposição. 

Já a equipe Aventuras Lego, do Sesi, apresentou uma proposta inovadora para dar ainda mais visibilidade aos pontos turísticos da cidade. Pelo projeto Arte Code, alunos que têm entre 10 e 12 anos criaram placas de acrílico para colocar em praças e parques da cidade, que contêm um QR Code para o qual os turistas apontam a câmera do celular e são direcionados para um site contendo informações sobre os monumentos históricos - como altura, características, quando e por quem foram criados -, além de jogos que oferecem interatividade. 

“Com a tecnologia e a arte, estamos preservando a história da cidade e impactando a comunidade, porque os monumentos muitas vezes passam despercebidos e preservar esta história é algo muito benéfico para a sociedade”, disse o aluno Augusto Molz, que integra a equipe do Sesi. O QR Code na escultura Homem de Ferro, na Praça Siegfried Heuser, já está instalado e faz uso da inteligência artificial e de libras para contar a história para quem acessa o site. A equipe trabalha agora para, até o final do ano, fazer o mesmo no Monumento ao Imigrante, na Rua Galvão Costa, e ainda na Gruta da Coquinha e no Monumento ao Centenário da Independência, que ficam na Praça da Bandeira.

Equipe de robótica Aventuras Lego, do Sesi, apresentou uma proposta de placas turísticas com uso de QR Code que ajuda a valorizar os monumentos da cidade

25 equipes de robótica participaram da exposição

Emef Vidal de Negreiros apresentou projeto que envolve alunos em exercícios físicos e alimentação saudável

Alunos da Emef Felipe Becker levaram para a Mostra projeto sobre diversificação da agricultura familiar, com experiências na área da meliponicultura