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Uma história de cuidado e proteção ao idoso Última atualização em, 08 de novembro de 2023

Na casa de cor salmão de dona Juracema da Silva Lopes, 67 anos, só havia rosas de plástico. Na varanda, na sala, e em cima da geladeira da cozinha, eram todas flores artificiais. Há cinco meses, tudo isso mudou. Após participar dos encontros de idosos no Serviço de Convivência para Idosos (CCMI), junto ao Cras Beatriz Jungblut, do Bairro Santa Vitória, Juracema recebeu a sugestão das colegas do grupo, para que ela passasse a cultivar flores naturais. “Este grupo mudou a minha vida. Eu ficava só em casa, não me sentia bem, e ainda mais que meu marido tinha falecido. Este lugar é a minha recuperação”, relata. 


Agora, os ambientes na casa de dona Juracema estão cheios de vida, tomados por azaleias e samambaias. O cuidado dela com as flores também influenciou os demais idosos no próprio centro de convivência, conforme explica a responsável pelo local, Silnara Noronha. “Cada um deles tem uma muda plantada nos vasos, e é responsável por cuidar da plantinha”, explicou. 


É neste ambiente de harmonia, descontração e cuidado que 40 idosos passam seus dias, de segunda a sexta-feira.  A rotina começa cedo. A maioria deles chega no local às 7h30. Após realizarem um momento de oração e reflexão coletiva, tomam café e na sequência já se preparam para a primeira atividade. E todos os dias há opções diferentes. Além de exercícios físicos, através do projeto Maturidade Esportiva, há oficinas de artesanato, pintura, dança, música, bingo e roda de viola. O local também oferece alfabetização e oficina de fisioterapia, com serviços básicos como o de aferir a pressão arterial, taxa de glicose, verificação de frequência cardíaca e respiratória, entre outros, estes realizados em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).Uma profissional da assistência social também acompanha o grupo.


Moradora do Residencial Viver Bem, Clarice Barbosa, de 65 anos, é uma das participantes. Todas as manhãs ela pega o transporte coletivo, e apoiada em uma bengala, devido a uma artrose, não falta nos encontros com os amigos. “Aqui é tudo de bom. Antes eu precisava ir até o centro para fazer fisioterapia no joelho. Agora faço aqui, é uma maravilha”, disse. Feliz com o atendimento recebido estava o músico Carlos Alberto dos Santos, de 70 anos. “Aqui é bom porque cuidam também da saúde da gente. Minha pressão está 12x7, fico tranquilo que estou bem”, contou. 


Outra participante, Apolônia de Mello, de 70 anos, parte do bairro Dona Carlota de bicicleta para ir até o local. “Moro sozinha, então minha vida é aqui. Fico triste quando é feriado, porque sinto falta do grupo, dos exercícios. Aqui é a minha segunda casa”, disse. Mais feliz que Apolônia é seu Aldovandro Farias, de 84 anos, o mais idoso do grupo. “Aqui tem tanta coisa pra fazer que a memória da gente fica sempre ativa”, brincou.  


Sobre o CCMI


Reativado há 15 anos, o Serviço de Convivência do Idoso (CCMI) funciona junto ao Cras Beatriz Jungblut, do Bairro Santa Vitória, este coordenado por Márcia Weber.  Cerca de  40 idosos frequentam o local durante todo o dia, de segunda a sexta-feira. Além das refeições diárias - café da manhã, almoço e lanche -recebem atendimento em saúde e participam de oficinas. 


A secretária de Desenvolvimento Social, Roberta Pereira, explica que o poder público desenvolve várias ações para este público.  “Temos uma preocupação de fortalecer as políticas públicas para idosos, de oferecer serviços, benefícios, proteção. Temos uma série de ações para que o protagonismo do idoso aconteça, para que ele se sinta útil na sociedade, e assim garantimos direitos e cidadania, valorizando o público idoso”, afirmou. 


A prefeita Helena Hermany entende que acolher os idosos e oferecer atividades é promover saúde. “Sempre tive muito carinho pelo CCMI. Em um mundo tão agitado, onde muitas vezes os filhos não podem dar muita atenção aos pais idosos, o centro de convivência é a melhor alternativa para que possam conviver entre eles, fazendo atividades laborais e cognitivas. Quanto mais investirmos na pessoa idosa, menos vamos precisar investir em saúde pública”, declarou. 


Projetos para idosos


Além do CCMI, o município atende ainda cerca de 800 idosos, no projeto Maturidade Esportiva, através da Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, e dispõe também do Centro de Referência do Idoso, localizado na Rua Tenente Coronel Brito, 425, no Centro, onde são oferecidas diversas atividades. Grupos também são atendidos nas unidades de saúde do município. No Cras Integrar, do Bairro Bom Jesus, outros 45 idosos são atendidos periodicamente.


Atividade física, através do projeto Maturidade Esportiva, é oferecida periodicamente


Oficinas de artesanato também são oferecidas


Clarice Barbosa, 65 anos: "Aqui é tudo de bom"


Elisabete Rodrigues, de 63 anos, participa das aulas de alfabetização


Atividade com música e roda de viola é uma das preferidas do grupo


Idosos passam por avaliações como aferição de pressão, equilíbrio estático dinâmico e frequência cardíaca e respiratória


Juracema: "Este lugar é a minha recuperação"


Helvio Schmidt e Grefilda Rodrigues, ambos com 80 anos, têm paixão por jogar bingo

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