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Professores e alunos promovem campanha de conscientização pela paz em escolas municipais de Santa Cruz do Sul Última atualização em, 24 de abril de 2023

Ao longo desta quinta-feira (20), diversas ações pela cultura da paz foram realizadas em escolas da rede municipal de ensino de Santa Cruz do Sul. Com o intuito de reverter a sensação de insegurança provocada por supostas ameaças disseminadas pelas redes sociais em todo o país, professores e alunos se engajaram em uma campanha de conscientização, com uso de balões brancos, cartazes e rodas de conversa em incentivo à valorização da vida. 

 

A ideia surgiu para acalmar pais e alunos que estavam com medo de possíveis ataques às escolas nesta data, em decorrência de mensagens infundadas que circularam na internet. “Os pais estavam em pânico, ligando pra escola muito assustados, e não queriam mandar os filhos. Então, tivemos a ideia de fazer esta atividade para dar maior segurança aos alunos e familiares e expandir a paz dentro e fora do ambiente escolar”, conta a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Menino Deus, Leila Adriane Lopes Berlt. 

 

A iniciativa partiu das escolas e foi incentivada pela Secretaria Municipal da Educação. Para o secretário da Pasta, Wagner Machado, “a cultura da paz tem que ser promovida diariamente, porque ninguém constrói a paz sozinho e ninguém desfruta da paz sozinho, por isso ela é uma construção coletiva que começa no alicerce da sociedade, que é a escola”. 

 

Além dos atos promovidos pela comunidade escolar, foram reforçadas as ações da patrulha feita pela Brigada Militar e a Guarda Municipal. Os portões cadeados e a presença de vigias na entrada das instituições também auxilia na segurança dos alunos. “Nós temos uma comunicação direta com os órgãos da patrulha escolar, que podemos acionar sempre que necessário. A circulação das viaturas e dos policiais sempre existiu por aqui e, agora, depois dos atos de violência em Santa Catarina, essa ronda foi ainda mais intensificada”, menciona a diretora da EMEF Harmonia, Sayonara Farias. 

 

Direção e professores comentam que mensagens também foram enviadas aos pais e responsáveis, com o objetivo de transmitir tranquilidade, mas compreendem que o medo é legítimo, em razão de toda a situação polêmica criada em torno do assunto. Marta Guedes, que é mãe de alunos e presidente do Conselho Escolar da EMEF Harmonia, tem orientado os filhos sobre como devem se proteger em caso de violência porque, mesmo sabendo de todas as medidas de segurança que vêm sendo tomadas, não se sente completamente segura: “apesar de a estrutura da escola ser boa, com vigilância e muros altos, e de a gente saber que muitas das mensagens não são verdadeiras, a gente ainda se sente apreensiva com tudo o que tem visto nas reportagens e na internet”. 

 

Nathália Nunes, 13 anos, relata que sua família não queria deixá-la ir à EMEF Santuário, onde ela cursa o 8º ano, mas mudou de ideia depois da atividade proposta: “Estávamos todos com medo, mas meus familiares gostaram da iniciativa e resolveram que eu deveria vir. Quando nós chegamos na Escola, todos vestidos de branco, como as professoras tinham pedido, já estava tudo preparado para nos receber, o que acabou gerando mais segurança e calma”. 

 

Essa percepção é compartilhada também em outras escolas. Na EMEF Harmonia - a maior escola municipal da cidade -, o estudante Wesley Giovani Vargas, 16 anos, avalia que as atividades foram bem importantes para chamar a atenção da comunidade para a importância de não acreditar nas fake news, que, segundo ele, vêm ganhando mídia de forma indevida. A colega Antônia Santos da Silva, 14 anos, também aprovou a ação: “foi muito bom, porque todo mundo se divertiu e não ficou pensando no medo que estava sentindo”. 

 

Na EMEF Santuário, onde a atividade já estava programada há dias, cartazes com mensagens positivas foram colados dentro e fora do prédio da escola, a fim de sensibilizar todo o bairro. A professora Daiane Bertolo, uma das organizadoras, avalia que a adesão dos alunos foi muito boa e que a proposta surtiu os efeitos esperados. “Escola não é lugar de violência, de tristeza, de ameaça; pelo contrário, é lugar para aprender, trocar experiências, para se divertir e ter alegria. E foi esse espírito que a gente quis resgatar, para transformar este dia 20 no dia de propagar a paz”, celebra.

 

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