Um sábado inteirinho dedicado à saúde feminina. É o que está previsto para acontecer no dia 1º de novembro, na ESF Doutor Ingo Ebert, situada na Rua Dorval Martins, nº 200, próximo ao Hospital Ana Nery, quando será realizada a 1ª Ação em Saúde para mulheres com Transtorno do Espectro Autista. O objetivo é reduzir a morbimortalidade, promover a saúde e prevenir doenças, além de fornecer diagnóstico precoce e evitar a piora de quadros clínicos já existentes.
O evento é inédito e visa impactar positivamente na saúde física e emocional das mulheres que vivem no universo do autismo, incluindo mães, avós, cuidadoras e mulheres autistas. Durante todo o dia, das 8h30 às 17h, com intervalo ao meio-dia para o almoço, serão oferecidos serviços especializados, como consultas médicas com olhar integral para a saúde, consultas odontológicas, atendimentos com foco em saúde mental, ações de rastreamento do câncer do colo de útero e mama, testes rápidos para detectar infecções sexualmente transmissíveis e muito mais. As vagas já estão preenchidas.
A proposta da ação nasceu de um grupo de mulheres que vivem "na pele" o autismo, de diferentes maneiras, e que decidiram se unir para se apoiarem mutuamente. O coletivo passou a se chamar Autenticamente, um movimento em prol das mulheres que integra a Luz Azul - Associação Pró-Autismo de Santa Cruz do Sul. A proposta foi apresentada para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), que ofereceu apoio integral, cedendo espaço físico, equipamentos e profissionais para os atendimentos.
A programação incluiu também uma participação da neuropsicopedagoga Miriane Nunes Dias, de Cachoeira do Sul, que estará presente com um momento educativo sobre as características do autismo feminino. “As mulheres com Transtorno do Espectro Autista (Tea) enfrentam desafios únicos, como dificuldades de diagnóstico devido à falta de conhecimento sobre as manifestações do transtorno em mulheres, o que pode levar a diagnósticos tardios ou errôneos”, explicou a idealizadora da ação, enfermeira da Sesa, Thaise da Rocha Ferraz.
Outra questão importante, segundo Thaise, é que mulheres que vivem com essa condição podem experimentar camuflagem social, um esforço consciente para imitar comportamentos sociais neurotípicos, o que pode ser exaustivo e levar a estresse e ansiedade. Por isso, ela chama a atenção para a necessidade de um suporte adequado “A importância do cuidado para essas mulheres impacta não somente na saúde individual das mesmas, mas em todo o contexto familiar em que estão inseridas, considerando que muitas são o alicerce da família e às vezes as únicas responsáveis pela renda e pelos cuidados a terceiros, sejam filhos ou outros familiares”.
