Santa Cruz do Sul realiza 1ª Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+

Santa Cruz do Sul realiza 1ª Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+

Última atualização em 26 de maio de 2025

Evento reuniu sociedade civil, poder público e movimentos sociais para debater políticas públicas e garantir direitos à população LGBTQIA+


Foi realizada neste sábado, 24 de maio, no Bloco 46 da Unisc, a 1ª Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ de Santa Cruz do Sul. O evento representou um marco para o fortalecimento da participação social e da construção de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e do respeito à diversidade.


Promovida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Inclusão, por meio da Coordenadoria Municipal da Diversidade, e em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos LGBTQIA+, a conferência reuniu representantes da sociedade civil, do poder público e de movimentos sociais com o objetivo de debater avanços, desafios e propostas para a efetivação dos direitos da população LGBTQIA+ no município.


Pela manhã, o painel “Vivendo a Diversidade: avanços, obstáculos e perspectivas das pessoas LGBTQIA+” contou com a participação de convidados que atuam na linha de frente da luta por direitos: o advogado Diego Candido, da ONG Igualdade RS; o coordenador de Políticas Públicas LGBT+ do RS, Fábulo Rosa; e a influenciadora digital trans e graduanda em Direito Melissa Christ.


No turno da tarde, os participantes se dividiram em grupos para debater os eixos temáticos, votar nas proposições e eleger os delegados que representarão o município na conferência estadual.


Durante a cerimônia de abertura, autoridades ressaltaram o compromisso dos governos com a inclusão e a promoção dos direitos humanos. O coordenador municipal da Diversidade, Failon Moraes, destacou a importância da escuta e do debate. “Este é um momento muito especial, de dar vez e voz à causa. As pessoas precisam entender que ninguém aqui está pedindo além. O pedido é por respeito, e isso é primordial, é o básico”, afirmou.


A secretária de Desenvolvimento Social e Inclusão, Fátima Alves da Silva, reiterou o apoio da pasta às pautas da diversidade. “Nossa secretaria está à disposição de tudo o que precisarem, não apenas para a pauta LGBT, mas para a inclusão de todas as pessoas, independentemente de suas diferenças”, disse.


Presente na cerimônia, o vereador Edson Azeredo, líder do governo na Câmara, defendeu a empregabilidade como um dos caminhos para garantir dignidade à população LGBTQIA+. “Não importa eu sou ativista, se eu não sou, se eu sou hétero, se eu sou gay, o que importa é representar as causas, aos que precisam. Independentemente do partido político, da minha orientação, estou na Câmara para representar as vontades da comunidade”, afirmou.


Em nome do Executivo, a chefe de gabinete do prefeito Sérgio Moraes, Juliana Bach, reforçou que a gestão municipal atua com base em princípios inclusivos. “Tenham certeza de que este é um município que faz inclusão na prática, pois o que somos não nos impede de estarmos aqui, representando um governo e contribuindo com a sociedade”, declarou.


Já o presidente do Conselho Municipal dos Direitos LGBTQIA+, Maiquel Raasch, enfatizou que o evento não é voltado à busca de privilégios, mas à garantia de direitos básicos. “Andar de mãos dadas, fazer um carinho, querer casar ou ter filhos não são privilégios. São direitos de toda pessoa. Essa abertura que o governo municipal está nos dando para debater a causa é fundamental”, destacou.


Vindo de Porto Alegre, o coordenador de Políticas LGBT+ da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Governo do Estado, Fábulo Rosa, valorizou a iniciativa do município. “As prefeituras que têm a coragem de se unir à nossa pauta merecem o nosso aplauso”, disse, lembrando que Santa Cruz do Sul se soma a outras 22 cidades gaúchas que realizam conferências preparatórias para a etapa estadual neste ano. Conforme explicou, as conferências municipais marcam o início de um processo democrático e participativo, em que as discussões locais se transformam em propostas que poderão integrar as políticas públicas em nível estadual e nacional.

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