CDB, LCI, Fundos de investimentos, taxa Selic. Se para muita gente o mundo financeiro é praticamente um bicho de sete cabeças, para as mulheres que durante muito tempo foram marginalizadas de qualquer atividade política e econômica, esse assunto pode ser ainda mais complicado. Para mudar um pouco essa realidade e tornar o tema mais acessível, a assessora de Investimentos da Wiser BTG Pactual, Maria Helena Petry falou nesta quinta-feira, 20, para dezenas de servidoras municipais, no auditório da Procuradoria-Geral do Município (PGM), em quatro rodadas de encontros promovidos pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul, por iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação.
Na atividade, alusiva ao mês da Mulher, e realizada em parceria com o Centro Municipal de Gestão, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Administração, a especialista explicou os motivos de falar especialmente para o público feminino e destacou aspectos que marcam de modo muito particular a vida das mulheres, como diferença salarial entre os gêneros, longevidade e pausas para cuidar da família. Ela disse que é necessário dedicar um tempo para pensar e falar sobre finanças e que o envolvimento da família é fundamental na construção desse diálogo.
Durante cerca de uma hora, Maria Helena enfatizou a necessidade de se ter o controle das despesas, ressaltou erros comuns como gastar mais do que se ganha, apresentou estratégias para alcançar a tão sonhada liberdade financeira e deu dicas importantes de ferramentas úteis para o planejamento, como o uso de aplicativos e planilhas. Além de uma aula básica sobre juros, também mostrou caminhos para escolher o melhor investimento e ainda trouxe exemplos comparando diferentes taxas de mercado. Em resumo, afirmou que educação financeira é essencial para garantir uma vida mais tranquila.“Só consegue ter gestão quem controla os gastos. Vejo pessoas com uma dívida de 70 mil reais, ganhando três”, observou ela.
Com relação à dificuldade que muitas pessoas têm de poupar, atribuiu esse comportamento, de modo geral, a três aspectos: descontrole financeiro, influência de amigos e da mídia e falta de educação financeira. Afirmou que o brasileiro é presa fácil e se deixa seduzir por falsas promessas de auferir vantagens financeiras. “Só o setor das Bets movimentou 150 bilhões de reais em 2024. Se você olhar para o número de famílias endividadas no Brasil, é um absurdo!”, exclamou.
Entre as servidoras que acompanharam atentamente a palestra, estava a agente administrativa Marlise Jost, 50 anos. Para ela, entender de finanças e saber como gerir esta área da vida, é algo que definitivamente, ela não pretende terceirizar. Já participou de eventos sobre o assunto em outras oportunidades. “A gente sempre aprende algo novo e isso nos motiva a buscar sempre mais. É bom não depender de ninguém, pegar as rédeas da nossa própria vida financeira”, opinou.
A subsecretária de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Anette Schiemann Pegas, afirmou que a pasta já prepara um calendário com outros momentos de capacitação. “Teremos mais eventos como esse, o desenvolvimento profissional dos servidores está na nossa pauta”.